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Eita, calorão! |
Depois de uns dias de correria para arrumar tanta
coisa, encaramos a nossa primeira viagem com a filha. Aliás, como um
ser tão pequeno precisa carregar tantas coisas? Que trabalheira...
Já no aeroporto (lotado), o medo de qual seria a reação no avião.
Para a nossa surpresa, ela nem ligou. Estava em um daqueles dias Miss
Simpatia. Conversou e sorriu para todo mundo e tocou o terror. Queria brincar com tudo, comer o folheto de instruções da GOL,
rasgar a revista, pegar os óculos da pessoa de trás e, o pior, uma
obssessão louca para acordar o moço que roncava ferozmente ao nosso
lado. A menina é danada! Tomei o cuidado de colocá-la no peito na hora
da subida e da descida, mas parece que a pressão não teve influência em
seus lindos ouvidinhos.
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Experimentando um churrasco com o dindo |
Chegando a Porto Alegre, caramba, que calorão! Nos instalamos na
casa da bisa e fomos atrás de comida. Deixei de lado o preconceito e
decidi que, durante a viagem, ela comeria papinha da Nestlé. Não havia a
menor condição de cozinharmos. E, claro, ela adorou. Comeu de lamber o
beiços. A minha papinha nunca foi tão bem-recebida. É, difícil
concorrer com o McDonald's dos bebês... A
cadeirinha de comer nos fez muita falta, ainda mais quando se trata de um nenê que quer
fazer tudo em pé. Quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Tomar banho, trocar
fralda, comer, dormir e, ultimamente, até cacá ela anda fazendo em pé,
igual a um cavalo. Esse foi um aspecto que a viagem apatifou. Com a
invenção de comer pirulitando pela cozinha, ela não aceita mais comer
na cadeira. Come um pouquinho, fica entediada e simplesmente se recusa a
continuar — não abre a boca. Aí, na hora em que a gente solta, lá vem o
bocão cheio de apetite.
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Com os amigos do papai |
Os dias foram muito intensos e calorentos. A cada dia,
conhecíamos um grupo diferente de amigos e familiares do papai. Antes de
irmos, Bethânia não andava reagindo muito bem na presença de estranhos,
mas, lá, foi só farra. Parece que ela entendeu o significado de férias.
Aproveitou tudo até o último segundo, brincou muito, dormiu pouco,
conheceu e conviveu com pessoas muito queridas.
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Contemplando a vista no Morro Pelado, em Gramado |
Antes do Natal, subimos a serra para Gramado/Canela. Aí,
fizemos uma imprudência que dá até vergonha de contar, mas acho necessário
registrar aqui coisas que os pais não devem, mas acabam fazendo na hora
do nervosismo. Como não levamos carrinho/bebê-conforto, pegamos uma
cadeirinha emprestada com um primo para pegar a estrada. O problema é
que a Bethânia odeia andar de carro. No caminho, por causa do desespero
dela chorando, acabei ficando com ela no colo. Se eu visse aquela cena
na estrada, tenho certeza, que comentaria: "Meu Deus, que pais sem
noção!". Sim, talvez a gente seja mesmo, mas, nessa jornada de aprender a
ser pai e mãe, a gente acaba fazendo um monte de coisas "sem noção".
Complicado, viu?
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Farra em família |
Foram sete dias de muitas novidades, aprendizados, alegrias e cansaço.
Espero que tenha sido a primeira viagem de muitas que ela ainda vai
fazer por esse mundão. E, ao voltar, a gostosura tinha engordado a mesma
quantidade que engorda normalmente em um mês. Eh, McDonald's terrível!
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Com o vovô Fernando e a vovó Helena |